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2025

Servidor público pode ter direito a mais dinheiro no 13º e nas férias: entenda a decisão do STJ sobre o abono de permanência

By agosto 21, 2025No Comments
Servidor público analisando contracheque após decisão do STJ sobre o abono de permanência.

Uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode representar ganhos imediatos para milhares de servidores públicos em todo o país.
Ao julgar o Tema 1.233 sob o rito dos recursos repetitivos, a Primeira Seção da Corte fixou o entendimento de que o abono de permanência deve integrar a base de cálculo do 13º salário e do adicional de férias.

A medida reforça o caráter remuneratório e permanente do benefício, que não pode mais ser tratado como verba eventual ou transitória. Na prática, isso significa que servidores que recebem o abono podem ter aumentos significativos em seus rendimentos e ainda pleitear valores retroativos que não foram pagos corretamente.

O que é o abono de permanência?

O abono de permanência foi criado pela Emenda Constitucional nº 41/2003 como uma forma de incentivo para que servidores que já preencheram os requisitos para aposentadoria voluntária optem por permanecer em atividade.

Funciona como uma compensação: o servidor continua contribuindo para a previdência, mas recebe de volta, mensalmente, o valor equivalente à sua contribuição.
Além de representar um ganho financeiro, o abono contribui para manter no serviço público profissionais com experiência e conhecimento acumulado.

Por que o STJ decidiu incluir o abono no cálculo?

A ministra Regina Helena Costa, relatora do caso, destacou que o abono tem natureza de compensação integral da contribuição previdenciária.
Assim, ao integrar a remuneração habitual, ele deve repercutir nos demais direitos trabalhistas assegurados pela legislação, como:

  • 13º salário (gratificação natalina);
  • Adicional de férias.

O entendimento do STJ se baseia no artigo 41 da Lei 8.112/1990, que trata da composição da remuneração dos servidores públicos.

Impactos práticos para os servidores

A decisão do STJ abre espaço para que servidores:

  • Recebam valores maiores no 13º salário e nas férias;
  • Solicitem a revisão de contracheques;
  • Entrem com ações para cobrar pagamentos retroativos quando o abono não foi considerado corretamente.

Como se trata de decisão em recurso repetitivo, ela deve ser aplicada de forma uniforme em todo o país, destravando milhares de processos que estavam suspensos aguardando a definição.

Desafios para a administração pública

Se, por um lado, os servidores têm um direito reconhecido, por outro, a administração pública precisará lidar com um impacto financeiro relevante.
Estados, municípios e órgãos federais terão que rever folhas de pagamento e reservar orçamento para eventuais retroativos.

Esse cenário pode gerar reações políticas e administrativas, como a edição de portarias restritivas ou até a apresentação de projetos de lei para modificar ou extinguir o benefício.

O que o servidor deve fazer agora

O reconhecimento do STJ reforça a importância de o servidor público:

  1. Verificar se recebe o abono de permanência;
  2. Analisar seus contracheques para confirmar se o valor está sendo corretamente considerado no cálculo de férias e 13º;
  3. Buscar orientação jurídica especializada para avaliar se há direito a retroativos.

Conclusão

O abono de permanência, que já tinha papel importante na remuneração do servidor, ganha ainda mais relevância após a decisão do STJ.
Para muitos, a medida representará um reajuste imediato na remuneração e a possibilidade de reaver valores não pagos. Para outros, acende o alerta de que mudanças legislativas podem vir pela frente.

Em qualquer cenário, estar informado e contar com o apoio de uma equipe jurídica é fundamental para garantir que os direitos sejam respeitados e que o impacto financeiro seja devidamente reconhecido.

Leia mais:
Decisão do STJ sobre o Tema 1.233.

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